Economia Brasileira Cresce 0,3% em Janeiro, mas Desaceleração Preocupa, Aponta FGV

Economia Brasileira Cresce 0,3% em Janeiro, mas Desaceleração é Evidente, Diz FGV

A economia brasileira apresentou um crescimento de 0,3% de dezembro de 2024 para janeiro de 2025, segundo estimativa do Monitor do PIB, estudo mensal da Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar do resultado positivo, o ritmo de expansão desacelerou em comparação com o crescimento de 0,5% registrado de novembro para dezembro de 2024.

Cenário de Desaceleração

A desaceleração é atribuída a dois fatores principais:

1. Juros Altos: A taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, desestimula o crédito e o consumo, impactando setores como indústria e investimentos.

2. Incertezas Externas: As medidas protecionistas do presidente americano Donald Trump, como a taxação de aço e alumínio, têm gerado incertezas no cenário internacional, afetando diretamente o Brasil.

De acordo com Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, “a elevação da incerteza externa, aliada à alta taxa de juros interna, sinaliza dificuldades de crescimento dos setores mais relacionados ao ciclo econômico”.

Dados do Monitor do PIB

• Crescimento Anual: Em janeiro de 2025, a economia brasileira cresceu 2,5% em relação ao mesmo mês de 2024.

• Acumulado em 12 Meses: O crescimento foi de 3,2%.

• Consumo das Famílias: Subiu 2,6% no trimestre móvel terminado em janeiro, mas é o terceiro trimestre seguido de desaceleração.

• Investimentos: A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 8,8%, mas também mostra desaceleração pelo quarto trimestre consecutivo.

• Exportações: Caíram 2,5%, influenciadas pelo desempenho negativo de produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral.

Impacto da Safra Agrícola

Apesar dos desafios, a expectativa de uma safra agrícola recorde em 2025 pode trazer alívio para a economia. Segundo a Conab, a safra de grãos 2024/25 deve atingir 328,3 milhões de toneladas, um aumento de 10,3% em relação à safra anterior.

Próximos Passos

O Banco Central deve anunciar nesta semana uma nova alta na taxa Selic, o que pode aumentar ainda mais os desafios para o crescimento econômico. Enquanto isso, o governo e o setor privado precisam buscar alternativas para estimular a atividade econômica e reduzir os impactos das incertezas externas.

Conclusão

A economia brasileira segue em crescimento, mas a desaceleração é um sinal de alerta. Com juros altos e um cenário internacional instável, é fundamental monitorar os próximos movimentos do Banco Central e do governo para entender como o país pode superar esses desafios.